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Trombofilia: quais são os sintomas?

Trombofilia: quais são os sintomas?

Por Dra. Rosane Rodrigues 27/01/2021

A infertilidade feminina é provocada por diferentes condições. Disfunções nos ovários e a consequente ausência de ovulação estão entre as causas principais. Doenças que afetam os órgãos reprodutores também dificultam a gravidez, assim como outros quadros clínicos, como a trombofilia.

Endometriose, miomas, pólipos e patologias infecciosas são exemplos de problemas que prejudicam as funções do sistema reprodutor feminino. Já a trombofilia, além de oferecer riscos à mãe e ao feto, também pode ter outras consequências graves para a saúde, devido ao entupimento dos vasos sanguíneos.

Continue a leitura e descubra o que é trombofilia e quais são as causas, sintomas e tratamentos dos estados trombofílicos.

A trombofilia e suas causas

A trombofilia é um estado de propensão à formação de trombos. O quadro em si não é uma doença, mas trata-se de uma condição que torna o indivíduo mais suscetível ao desenvolvimento de trombose — essa sim é caracterizada como uma patologia que pode ter consequências severas.

O termo trombofilia se refere a um conjunto de anomalias que produzem um estado de hipercoagulabilidade, isto é, o organismo apresenta o risco de coagulação sanguínea excessiva. Os fatores de risco para o surgimento de trombose podem ser hereditários, adquiridos ou mistos.

A predisposição genética como fator isolado não é suficiente para ocasionar um evento trombótico clínico. Mas as condições hereditárias aumentam os riscos da doença, quando associadas a outros estímulos trombogênicos. Inclusive o avanço da idade e hábitos de vida nocivos, como tabagismo, sedentarismo e sobrepeso são pontos que influenciam negativamente.

Em resumo, as trombofilias hereditárias estão associadas a aspectos como: deficiência de antitrombina e proteínas C e S; resistência à proteína C ativada; mutação do fator V Leiden; mutação da protrombina; níveis plasmáticos elevados de fatores da coagulação, entre outras alterações genéticas.

As trombofilias adquiridas, por sua vez, são influenciadas pelos seguintes fatores de risco:

  • imobilização prolongada;
  • traumas e cirurgias;
  • quadros de câncer;
  • uso de contraceptivos orais;
  • medicamentos hormonais;
  • síndrome do anticorpo antifosfolipídeo;
  • doenças mieloproliferativas;
  • gravidez e puerpério.

Os sintomas da trombofilia

A coagulação sanguínea é uma função natural do corpo e ocorre para controlar a perda de sangue diante de ferimentos internos ou externos. Entretanto, quando o organismo tem ações coagulantes de forma excessiva, há um risco aumentado de obstrução nas veias e artérias, podendo levar a graves consequências.

Durante a gestação, a suscetibilidade para a formação de trombos é ainda maior em mulheres diagnosticadas com trombofilia. A propensão elevada à trombose é provocada pelas condições fisiológicas da gravidez.

No período gestacional, há um aumento nos fatores de coagulação para evitar perdas sanguíneas que prejudiquem o desenvolvimento fetal, bem como hemorragias na hora do parto.

Isso não significa que todas as gestantes com trombofilia chegarão a apresentar trombose. Mas é fundamental fazer um acompanhamento médico rigoroso e observar os indícios da doença para intervir a tempo.

A trombofilia em si é assintomática, mas podem surgir alguns sinais que levam à suspeita diagnóstica. Os problemas desencadeados pelo estado de hipercoagulabilidade incluem trombose venosa profunda nos membros inferiores, embolia pulmonar e complicações obstétricas.

Os sintomas mais presentes nos casos de trombose venosa são os seguintes:

  • dor e inchaço nas pernas;
  • vermelhidão ou tom de pele azulado no local dos trombos;
  • sensação de peso e calor nos membros afetados;
  • veias dilatadas.

Nos eventos de embolia pulmonar, é preciso ficar atento aos seguintes sinais:

  • tontura e dificuldade para respirar;
  • dor nas costas ou no tórax;
  • tosse insistente, seca ou com sangue.

Em relação à gravidez, a trombofilia pode acarretar várias condições que levam à investigação do quadro, como:

  • infertilidade;
  • abortos recorrentes;
  • baixo crescimento fetal;
  • placenta prévia;
  • pré-eclâmpsia;
  • prematuridade.

As formas de tratamento

Além da hipótese diagnóstica e da investigação clínica, a confirmação do quadro de trombofilia requer análise de amostras do sangue. Exames de imagem também podem ser solicitados para localizar os trombos.

O tratamento é baseado na administração de medicamentos que controlam a coagulação sanguínea e reduzem as chances de trombose. O uso de anticoagulantes na gestação deve ser feito desde as primeiras semanas até o final do puerpério — 40 dias após o parto.

Na reprodução assistida, o rastreio da trombofilia é realizado antes mesmo da gravidez, uma vez que os eventos trombóticos também podem causar falhas na FIV (fertilização in vitro). Isso ocorre porque a obstrução de vasos do útero dificulta a fixação do embrião.

Para aumentar as chances de concepção, os anticoagulantes são administrados em momentos propícios do tratamento de FIV — depois da ovulação ou antes da transferência dos embriões para o útero.

Isso permite que o organismo da futura gestante trabalhe com o sistema hemostático normalizado, para favorecer a implantação do blastocisto e o desenvolvimento do feto.

O acompanhamento com especialistas em medicina reprodutiva é essencial para mulheres com suspeita de trombofilia. Assim, a paciente consegue identificar e tratar o problema antes da gestação, evitando o risco de abortamentos e outras complicações.

Para melhorar ainda mais o seu conhecimento, leia nosso texto institucional sobre trombofilia e mantenha-se bem informado em relação a esse quadro!

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