A gravidez depende de um processo complexo, que começa ainda antes do momento em que o óvulo é fecundado pelo espermatozoide. Isso porque, para que ocorra o encontro entre os gametas, é preciso que tanto a mulher quanto o homem estejam com o sistema reprodutivo em pleno funcionamento.
No entanto, várias condições podem provocar um quadro de infertilidade feminina ou masculina, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma delas.
A SOP é um dos principais problemas que afetam a fertilidade da mulher, e vamos abordar esse tema em detalhes ao longo do post. Continue a leitura e entenda o que é SOP, anovulação, e descubra se mulheres com essa endocrinopatia podem engravidar.
A SOP é uma condição marcada pela presença de múltiplos cistos nos ovários. O quadro é bastante comum e é apontado como a principal causa de infertilidade por ausência de ovulação.
A principal hipótese etiológica sugere que a doença seja causada pela resistência à insulina, resultando no desequilíbrio hormonal — elevação dos hormônios masculinos – e consequente bloqueio da ovulação. A predisposição genética também é apontada como um fator de risco para o desenvolvimento da SOP.
A produção de hormônios andrógenos em maior quantidade ainda pode desencadear o surgimento de traços masculinos na mulher, como crescimento de pelos (hirsutismo), problemas de pele e queda de cabelo (alopecia). Por se tratar de uma endocrinopatia, também é possível que a mulher apresente aumento de peso.
Outro sintoma da SOP é a irregularidade menstrual, sendo que pode haver casos de amenorreia (ausência de menstruação) ou oligomenorreia (intervalos anormais entre os ciclos, comumente com mais de 35 dias).
Todos os sintomas apresentados, somados à infertilidade prejudicam a autoestima e a qualidade de vida da mulher. Portanto, trata-se de um quadro com impactos na saúde física e emocional, e que precisa ser devidamente acompanhado para restaurar o bem-estar e a capacidade reprodutiva da paciente.
Quando a mulher apresenta condições normais de fertilidade ela passa pelo processo de ovulação em todo ciclo menstrual, ou seja, um óvulo maduro é liberado pelos ovários e segue até as tubas uterinas para ser fertilizado. Se não houver fecundação, ocorre a menstruação.
Entretanto, certas disfunções podem impedir que a mulher ovule. Assim, a ausência de ovulação é definida pelo termo anovulação. Quando esse problema acontece, significa que os hormônios sexuais não cumpriram sua ação como o esperado ou não atingiram níveis adequados para a maturação e a liberação do óvulo.
Além da SOP, outros fatores podem afetar o equilíbrio hormonal e levar à anovulação, como:
Enquanto algumas mulheres conseguem identificar os sintomas da SOP e procuram tratamento médico, outras só chegam ao diagnóstico quando partem para a investigação da infertilidade.
A SOP prejudica a capacidade de reprodução feminina devido à anovulação crônica que a doença provoca. Se o distúrbio ovulatório for apontado como o único fator de infertilidade do casal, há boas chances de conseguir uma gravidez com o tratamento certo.
Sim. Mulheres diagnosticadas com SOP encontram alternativas eficazes de tratamento, tanto para reduzir os sintomas da doença, quanto para viabilizar uma gestação.
No campo da reprodução assistida a paciente pode contar com duas importantes técnicas para engravidar: a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV). Em ambos os tratamentos a principal ação para reverter a anovulação causada pela SOP é a estimulação ovariana.
O processo envolve a administração de medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos e induzir a ovulação. A maior parte das pacientes apresenta boas respostas aos fármacos indutores.
Nos casos mais simples, em que não há outras causas de infertilidade conjugal além da anovulação, a técnica recomendada é a RSP. Para tanto, a mulher passa pela estimulação ovariana e é orientada a manter relações sexuais dentro do período estimado para a liberação dos óvulos.
Já nas situações mais complexas, quando há outros comprometimentos das funções reprodutivas da mulher ou do homem, é preciso intervir com um tratamento mais abrangente. A FIV se destaca justamente pelo seu amplo alcance em termos de problemas tratados e pelas altas taxas de sucesso.
O processo de FIV cumpre várias etapas, sendo que as principais são: estimulação ovariana, punção folicular e preparo seminal, fertilização em laboratório, cultivo dos embriões, transferência para o útero.
Conforme as particularidades de cada caso ainda é possível recorrer a técnicas complementares para potencializar o tratamento.
Então, como você viu ao longo do texto, a SOP é uma endocrinopatia que pode causar anovulação crônica e prejudicar as chances de gravidez. Mas com os tratamentos da medicina reprodutiva a mulher aumenta as possibilidades de engravidar.
Quer mais informações sobre esse tema? Leia, agora, o texto institucional que escrevemos sobre a síndrome dos ovários policísticos!
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