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Relação sexual programada (RSP)

Por Dra. Rosane Rodrigues

A relação sexual programada (RSP) é uma das técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade e a opção mais simples para obter uma gravidez quando há problemas de infertilidade feminina, como disfunção na ovulação. Atualmente, é mais indicada que a inseminação artificial (IA) ou inseminação intrauterina (IIU).

Períodos irregulares, ausência de menstruação ou sangramento anormal são sintomas que sugerem distúrbios de ovulação.

No entanto, o tratamento com a utilização da técnica pode ser feito apenas por mulheres com as tubas uterinas saudáveis, ou seja, que não tenham sido afetadas por nenhuma outra condição.

Como é feito o tratamento por relação sexual programada (RSP)?

Além das tubas uterinas saudáveis, para a realização do tratamento a boa qualidade dos espermatozoides também é imprescindível, pois a técnica não prevê nenhum tipo de preparação seminal.

Ou seja, a infertilidade deve ser apenas por fator feminino, principalmente quando há disfunção na ovulação, embora mulheres com infertilidade sem causa aparente (ISCA) e endometriose leve ou mínima também possam ser indicações.

Distúrbios na ovulação são sinalizados por períodos menstruais irregulares (oligomenorreia), ausência de menstruação (amenorreia) ou sangramento anormal e representam um percentual significativo de todos os casos de infertilidade feminina. Podem ser provocados por diferentes condições, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), insuficiência ovariana prematura e alterações na tireoide.

O tratamento por relação sexual programada (RSP) inicia com a realização do exame físico para verificar se há alterações no útero e ovários que possam dificultar o processo gestacional. A saúde do sistema reprodutor feminino, inclusive das tubas uterinas, também deverá ser confirmada por ultrassonografia transvaginal.

Deverão ser realizados, ainda, testes para avaliação da reserva ovariana, com o propósito de estimar a quantidade e qualidade dos óvulos produzidos, além de confirmar se há ausência de ovulação.

É importante, ao mesmo tempo, verificar a qualidade dos espermatozoides e garantir que eles estejam dentro dos parâmetros de normalidade, uma vez que a fecundação ocorrerá de forma natural.

Posteriormente é feita a estimulação ovariana, a partir de medicamentos hormonais, com o propósito de estimular o desenvolvimento folicular e maturação dos óvulos.

O protocolo para o tratamento é definido a partir dos resultados dos exames e personalizado de acordo com as características de cada paciente, podendo ser utilizadas medicações orais ou injetáveis.

O desenvolvimento dos folículos é acompanhado periodicamente por ultrassonografia transvaginal e exames de sangue para verificar os níveis hormonais. Quando eles atingem o tamanho adequado, são prescritos medicamentos específicos para induzir a ovulação, tornando possível programar a relação sexual para os dias férteis, aumentando as chances de fecundação.

Embora a RSP possa ser realizada por até 6 ciclos, na maioria dos casos a fecundação ocorre antes e, dependendo do caso, uma falha pode ser indicação para técnicas de alta complexidade, como a fertilização in vitro (FIV).

O procedimento registra taxas de sucesso semelhantes à gestação natural. No entanto, os percentuais na RSP estão diretamente relacionados à idade. Por isso, o tratamento geralmente é uma opção mais adequada para mulheres com até 35 anos.

Mulheres acima dessa idade normalmente apresentam uma diminuição maior da reserva ovariana e são mais beneficiadas pela FIV, que apresenta os percentuais mais expressivos de nascimentos por ciclo, garantindo mais chances para obtenção e desenvolvimento da gravidez.

O tratamento com a relação sexual programada provoca algum risco?

Os riscos potenciais do tratamento com a RSP estão relacionados ao uso de medicamentos hormonais. Em alguns casos, pode aumentar a possibilidade de gestação múltipla, com maior risco para a mãe e para os bebês e, mais raramente, provocar o desenvolvimento da síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO), quando os ovários produzem uma quantidade maior de hormônios por um longo período de tempo.

No entanto, além de ser uma condição rara, a SHO, embora possa provocar problemas mais graves, atualmente é facilmente evitada pelo acompanhamento clínico e laboratorial durante o tratamento.

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