A fertilidade feminina, assim como a masculina, pode ser prejudicada por vários fatores. Desequilíbrio hormonal e doenças que acometem o aparelho reprodutor estão entre as causas principais da dificuldade de engravidar.
Outro ponto que merece muita atenção é o envelhecimento dos órgãos responsáveis pela reprodução. Isso significa que existe uma linha tênue entre a idade da mulher e infertilidade.
Este post foi elaborado para esclarecer as dúvidas acerca desse assunto. Ao longo da leitura, você entenderá: quais são os aspectos que caracterizam a infertilidade feminina, qual a relação do problema com a idade da mulher e como a medicina pode ajudar a vencer os obstáculos da gestação tardia.
Um quadro de infertilidade é estabelecido diante da dificuldade de engravidar, considerando o período de um ano de tentativas. As limitações podem estar relacionadas tanto à saúde do homem quanto da mulher. Para identificar a fonte do problema, o casal deve realizar uma série de exames e passar por avaliação diagnóstica com um especialista em medicina reprodutiva.
No organismo feminino, os fatores de infertilidade correspondem a distúrbios hormonais, problemas de ovulação, doenças no sistema reprodutor e falhas na implantação do embrião. Outro aspecto importante é o envelhecimento dos órgãos — isso indica que a ligação entre a idade da mulher e infertilidade é um ponto que merece atenção e cuidados extras.
As disfunções ovulatórias representam a principal causa de infertilidade feminina. A ausência de ovulação pode estar associada à baixa reserva ovariana, à síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a problemas no funcionamento das glândulas endócrinas.
O sistema endócrino, por sua vez, também tem papel essencial na manutenção da saúde fértil da mulher, devido à produção e controle da liberação hormonal. Progesterona, estrogênio e os hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) são as principais substâncias que atuam no ciclo menstrual e preparam o organismo feminino para a gestação.
Outro fator de infertilidade abrange as doenças que afetam os órgãos do sistema reprodutor, como:
Também há chances de falha na implantação, mesmo que a fertilização ocorra. Ou seja, após a união dos gametas e a formação do blastocisto, ainda existe o risco de o futuro feto encontrar um ambiente uterino inóspito.
A ação insuficiente de progesterona, a espessura inadequada do endométrio ou mesmo a morfologia do embrião são algumas causas que impedem a fixação embrionária e a evolução da gravidez.
Sim! A idade da mulher e a infertilidade são questões diretamente relacionadas. A capacidade fértil tende a diminuir com o passar dos anos, e isso ocorre, sobretudo, em razão da redução na reserva ovariana. Assim como a produção de óvulos sofre um declínio, a qualidade dos gametas também é afetada.
Estudos mostram que no período da primeira menstruação, o organismo feminino abriga até 400 mil folículos ovarianos — estruturas responsáveis pela maturação e liberação dos óvulos. Essa quantidade decai continuamente com o avanço da idade e, na faixa dos 50 anos, a mulher apresenta em torno de mil folículos.
As chances de uma gravidez bem-sucedida reduzem progressivamente. Seja pela dificuldade de ovulação, seja pela baixa qualidade dos óvulos. O envelhecimento do útero também representa queda na fertilidade.
Alterações hormonais e mudanças na irrigação sanguínea da região uterina são fatores que podem interferir na receptividade endometrial e, consequentemente, na implantação embrionária.
Mesmo quando a mulher consegue engravidar em idade avançada, ainda há outros riscos pela frente, como hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, abortamentos, parto prematuro e anomalias cromossômicas fetais.
Importante sublinhar que o limite de idade considerado saudável para uma gestação espontânea é de 35 anos, embora a mulher contemporânea tenha postergado a maternidade para além dessa faixa. O cenário aponta para uma realidade cada vez mais evidente: a gravidez tardia — acima dos 40 ou até 50 anos — já é um fenômeno da atualidade.
Ao passo que muitas mudanças sociais ocorreram nas últimas décadas, abrindo mais oportunidades para a mulher, além da maternidade e das tarefas domésticas, a medicina reprodutiva também avançou. Nesse sentido, mesmo com mais idade, as gestantes podem realizar exames e fazer tratamentos que permitem identificar precocemente e até evitar doenças congênitas e problemas obstétricos.
Com a reprodução assistida, a mulher pode fazer o tratamento da infertilidade e se tornar mãe depois dos 35 ou 40 anos. Nesse caso, a técnica mais recomendada é a FIV (fertilização in vitro). O procedimento inclui estimulação ovariana, fecundação dos óvulos em laboratório e cultivo do embrião em seus primeiros estágios de desenvolvimento.
Durante a fase de cultivo embrionário, ainda é possível realizar o teste genético pré-implantacional (PGT) para constatar a existência de alterações genéticas. Assim, os embriões saudáveis são selecionados e transferidos para o útero materno.
Outra técnica indicada para mulheres que querem adiar a gravidez é o congelamento de óvulos. Dessa forma, a paciente consegue preservar sua fertilidade e garantir a qualidade dos gametas para uma fertilização futura.
Portanto, a relação entre idade da mulher e infertilidade pode ser melhorada com a reprodução assistida. Mas é válido lembrar que, mesmo com tantos recursos eficazes, a adoção de hábitos preventivos e o acompanhamento médico rigoroso são medidas ainda mais necessárias na gestação tardia.
Para obter outras informações sobre os fatores que dificultam uma gravidez, leia também nosso texto específico sobre infertilidade feminina!
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