A prostatite é caracterizada pelo inchaço e inflamação da próstata, glândula situada abaixo da bexiga, responsável pela produção do fluído seminal.
Essa patologia masculina pode afetar homens de todas as idades, embora seja mais comum até os 50 anos. Geralmente é sinalizada por dor e dificuldade ao urinar, porém também pode provocar outras manifestações, como dor na virilha, na área pélvica ou genitais e, em alguns casos, sintomas semelhantes aos da gripe.
A prostatite pode ser aguda, causada por bactérias, com sintomas que se manifestam repentinamente, ou crônica, quando se desenvolve gradualmente.
Existem dois tipos principais de prostatite: crônica e aguda. Na crônica, os sintomas surgem e desaparecem por vários meses. Já a prostatite aguda provoca sintomas mais graves, que se desenvolvem repentinamente.
Os principais sintomas manifestados pela prostatite são:
Na prostatite crônica, os sintomas se manifestam por pelo menos três meses e podem ter um impacto significativo na qualidade de vida do homem. No entanto, na maioria dos casos, eles gradualmente melhoram com o tempo e tratamento.
A prostatite também pode ser assintomática, geralmente detectada durante a investigação de outras condições.
A prostatite bacteriana aguda é normalmente causada por cepas comuns de bactérias. A infecção pode ocorrer a partir de patógenos presentes na urina que invadem a próstata. Se não for adequadamente tratada, tende a recorrer e tornar-se crônica.
Danos nos nervos no trato urinário inferior, causados por cirurgia ou trauma, estão entre os fatores que contribuem para o surgimento da prostatite crônica não causada por bactérias. Em alguns casos, as causas que provocam a prostatite são desconhecidas.
Diferentes fatores de risco também podem contribuir para o desenvolvimento de prostatite. Eles incluem:
O tratamento inadequado da prostatite pode causar complicações, como presença de bactérias na corrente sanguínea (bacteremia), inflamação do epidídimo, duto que armazena e transporta os espermatozoides até que sejam ejaculados (epididimite), e abscesso prostático. Quando é crônica, tende a provocar anormalidades no sêmen e, consequentemente, infertilidade.
Não há nenhuma evidência de que a prostatite possa evoluir para câncer de próstata.
O diagnóstico da prostatite é realizado por exclusão de outras doenças. Inicia pelo exame retodigital, além de verificar a presença de secreções, nodos linfáticos e dolorosos na virilha, inchaço ou sensibilidade nos testículos e avaliar o histórico do paciente. Posteriormente são realizados testes laboratoriais e de imagem. Os principais incluem:
Análise de sêmen: para avaliar alterações seminais e comprovar se há presença de sangue no líquido seminal.
Exame de sangue: o exame de sangue é realizado para confirmar a presença de infecção e o patógeno causador da transmissão.
Testes de urina: uma amostra da urina pode determinar se a prostatite foi provocada por infecção urinária.
Massagem pós-prostática: massagem realizada na próstata para testar secreções. Porém, é apenas realizada em casos raros.
Testes de imagem: exames de imagem, como a tomografia computadorizada do trato urinário e da próstata ou uma ultrassonografia transretal, permitem a visualização dos órgãos afetados, além de excluírem outras causas, como a presença de tumores.
Cistoscopia: é um exame endoscópico das vias urinárias baixas, também chamado de uretrocistoscopia, que possibilita a visibilização ótica dos segmentos uretrais e da bexiga.
Biópsia: se houver suspeita de neoplasias, uma biópsia também poderá ser realizada.
O tratamento é definido de acordo com o tipo de prostatite e os sintomas manifestados. Na prostatite crônica (não bacteriana), o objetivo é controlar os sintomas para garantir melhor qualidade de vida aos portadores.
Geralmente são prescritos analgésicos para aliviar a dor, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou medicamentos alfa-bloqueadores, que podem ajudar a relaxar os músculos da próstata e bexiga, se houver problemas de micção. Ocasionalmente podem ser ainda prescritos antibióticos, mesmo que nenhuma infecção seja encontrada, como tratamento auxiliar para os sintomas.
Já a prostatite aguda (bacteriana), além de analgésicos, é tratada por antibióticos, em ciclos que variam entre duas e quatro semanas, de acordo com o desenvolvimento da doença.
A intervenção cirúrgica é apenas necessária se houver dificuldades para urinar (retenção urinária aguda).
Algumas ações também podem ajudar a aliviar os sintomas da prostatite: