A endometriose é provavelmente a doença feminina mais conhecida. Suas consequências, bem como sintomas, dificuldade de diagnóstico e de tratamento, em alguns casos, faz com que essa doença seja fonte de muita apreensão entre as mulheres.
Doenças que afetam o sistema reprodutor feminino, exercendo impacto direto em sua fertilidade, têm grande influência no bem-estar da mulher, principalmente daquelas que desejam ser mães.
Algumas doenças, como a endometriose, podem afetar não somente os órgãos do sistema reprodutor feminino, como também outros órgãos. Atualmente, estima-se que ela afete mais de 70 milhões de mulheres mundialmente.
Sendo uma doença de caráter progressivo, seu impacto pode interferir na rotina da paciente, e a demora em seu diagnóstico (em 44% dos casos leva cinco anos ou mais para ocorrer) contribui para sua evolução.
O endométrio é o tecido que reveste a cavidade uterina. É nesse tecido que o embrião se implanta para iniciar a gestação.
Quando esse tecido se faz presente de maneira ectópica, ou seja, fora do útero, tem-se a endometriose. O termo “ectópico” se refere à ocorrência em local anormal. Ele pode ser aplicado à gestação, por exemplo, quando ela ocorre nas tubas uterinas, não no útero.
Essa doença é considerada estrogênio-dependente, uma vez que esse hormônio sexual feminino tem a função de estimular o aumento de espessura do tecido endometrial a fim de facilitar a implantação embrionária durante o ciclo menstrual.
Dessa forma, essa doença está conectada com a idade reprodutiva da mulher e tende a regredir após a menopausa, quando o hormônio deixa de ser produzido.
O tecido endometrial em outros órgãos gera uma inflamação local e pode provocar sintomas, alguns deles bastante intensos. Há casos de sintomas incapacitantes. A endometriose é classificada de acordo com o local afetado pela presença do tecido endometrial e a gravidade das lesões causadas. Dependendo das características da doença, a mulher pode se tornar infértil.
A classificação da doença tem alguns objetivos, como tornar universal o entendimento da doença, o que facilita o diagnóstico e o tratamento, e diminui os mitos e a apreensão em torno dela.
Embora as causas da endometriose não sejam conhecidas, algumas teorias visam relacioná-la a alguns fatores. A teoria da metaplasia celômica, por exemplo, sustenta que células presentes na região do peritônio e da pleura possam se transformar no tecido endometrial em determinadas condições.
Já a teoria da menstruação retrógrada, mais comumente associada às causas da endometriose, defende que o sangue menstrual, ao se alojar na cavidade pélvica e nas tubas uterinas (não ser eliminado durante a menstruação), pode dar origem à doença.
No entanto, há outras condições que desencadeiam o desenvolvimento da doença nesses casos, uma vez que nem todas as mulheres com menstruação retrógrada têm diagnóstico de endometriose.
Alguns fatores de risco, como o histórico familiar e o contato com fatores ambientais (disruptores endócrinos), também devem ser apontados.
A endometriose pode afetar os órgãos do sistema reprodutor feminino, como tubas uterinas e ovários. Sua presença nesses órgãos gera processos inflamatórios que podem provocar diversos sintomas.
No caso dos ovários, tem-se a formação de endometriomas, cistos que contêm líquido com aspecto achocolatado devido ao acúmulo do sangue.
O tecido endometrial, quando presente nas tubas uterinas, pode levar a alterações morfológicas que também afetam a fertilidade.
Outros órgãos que podem ser afetados são a bexiga, intestino e nervos da pelve. O tecido endometrial gera inflamações nesses órgãos, formando lesões e alterando seu correto funcionamento.
Uma das dificuldades no diagnóstico da endometriose está ligada ao fato de que a doença pode ser assintomática. Quando manifesta sintomas, um dos mais comuns é a dor pélvica, que pode ocorrer ligada ao ciclo menstrual ou ser acíclica.
Pacientes com endometriose também relatam sentir dores fortes durante as relações sexuais, dor ao evacuar e ao urinar, dor em membros inferiores e até, surpreendentemente, dor torácica.
O tratamento da endometriose depende de alguns fatores, entre eles a gravidade da dor, a infertilidade e o acometimento de órgãos nobres.
O tratamento da paciente infértil com endometriose pode ser cirurgia, técnicas de reprodução assistida ou ambos os tratamentos. A idade, reserva ovariana da paciente, permeabilidade das tubas e a presença de fatores de infertilidade associados, tais como alteração seminal, devem ser levados em consideração para se individualizar a melhor conduta.
Mulheres em idade reprodutiva devem consultar-se regularmente com um ginecologista, realizando um exame físico detalhado e exames de rotina, que podem auxiliar na detecção prematura da endometriose, uma vez que seu diagnóstico em estágio inicial contribui para a eficiência do tratamento. Saiba mais sobre essa doença.
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