A infertilidade masculina pode ser provocada por problemas crônicos de saúde, doenças, lesões ou mesmo por determinados hábitos de vida. É caracterizada pela baixa produção de espermatozoides ou ausência deles no fluído seminal, denominada azoospermia, função espermática alterada (alta fragmentação do DNA espermático, por exemplo) e obstruções que podem impedir sua circulação pelo sistema reprodutor masculino e, consequentemente, sua ejaculação.
Seja qual for a causa da infertilidade do homem e do casal, considerando a combinação homem e mulher, o acolhimento é fundamental para o andamento da investigação e do tratamento. Cada casal deve ser avaliado de acordo com suas características únicas. Só dessa forma a indicação pode ser precisa. Na maioria dos casos, os detalhes determinam o que será feito, os exames que serão solicitados e o tratamento que será feito.
Por ser assintomática na maioria dos casos, geralmente é identificada após tentativas frustradas de gravidez.
Responsável por quase metade dos problemas de infertilidade dos casais, pode ser provocada por diversos fatores, que devem ser investigados profundamente.
Este texto explica aspectos da infertilidade masculina. Aborda as causas que provocam a doença, sintomas que indicam a necessidade de procurar um especialista, métodos diagnósticos e tratamento.
A infertilidade masculina pode ser provocada por diferentes condições, que interferem no funcionamento normal dos órgãos reprodutores masculinos. As principais causas incluem:
Varicocele: caracterizada pela dilatação das veias que drenam os testículos, é uma das causas mais comuns de infertilidade masculina, pois reduz a quantidade e qualidade dos espermatozoides. O problema geralmente é corrigido por cirurgia.
Infecções: diferentes infecções podem interferir na produção e saúde dos espermatozoides e causar cicatrizes que bloqueiam a passagem do esperma. Elas incluem desde inflamações no epidídimo (epididimite) ou testículos (orquite) até infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como gonorreia ou clamídia.
Ejaculação retrógada: a ejaculação retrógrada ocorre quando o sêmen entra na bexiga durante o orgasmo, em vez de ser ejaculado.
Sistema imunológico: algumas células do sistema imunológico podem identificar os espermatozoides como nocivos, tentando eliminá-los. Essas células são chamadas anticorpos antiespermatozoides.
Neoplasias: neoplasias e seus tratamentos também oferecem grande risco de afetar a fertilidade masculina.
Desenvolvimento dos testículos: o desenvolvimento anormal dos testículos durante a puberdade provoca infertilidade.
Desequilíbrios hormonais: alterações nos níveis dos hormônios produzidos pela glândula pituitária, que orientam a produção de espermatozoides, ou mesmo em outros sistemas hormonais, como a tireoide e a as glândulas suprarrenais, também podem comprometer a fertilidade.
Defeitos de dutos que transportam espermatozoides: eles incluem bloqueios, lesões cirúrgicas, infecções anteriores, traumas ou condições genéticas, como fibrose cística, que podem dificultar a passagem e entrega dos espermatozoides.
Defeitos cromossômicos: alterações no número e estrutura dos cromossomos podem afetar a fertilidade.
Problemas com relação sexual: dificuldade em manter ou ter uma ereção (disfunção erétil), ejaculação precoce, relações sexuais dolorosas, anormalidades anatômicas, como abertura uretral sob o órgão genital (hipospádia), interferem diretamente na possibilidade de gravidez.
Medicamentos: terapia de reposição de testosterona e o uso prolongado de esteroides anabolizantes, de anti-inflamatórios, de medicamentos contra neoplasias e para o tratamento de determinadas condições, como pressão alta, distúrbios digestivos, artrite ou depressão, podem prejudicar a produção de espermatozoides.
Cirurgias: certas cirurgias, incluindo vasectomia (esterilização masculina que pode ser irreversível), correção de hérnia inguinal, cirurgias escrotais ou testiculares podem provocar bloqueios em virtude da formação de tecido cicatricial.
A superexposição ao calor, toxinas e substâncias químicas pode reduzir a produção de espermatozoides ou a função espermática. Causas específicas incluem:
Produtos químicos industriais e metais pesados: a exposição prolongada a produtos como benzenos, tolueno, xileno, pesticidas, herbicidas, solventes orgânicos, materiais de pintura e metais como chumbo contribuem para a baixa produção de espermatozoides.
Radiação ou raios-X: a exposição à radiação pode reduzir temporariamente a produção de espermatozoides ou, em altas doses, permanentemente.
Elevação de temperatura dos testículos: temperaturas elevadas prejudicam a produção e a função dos espermatozoides.
Uso de drogas: o uso de drogas pode reduzir temporariamente a qualidade e a quantidade dos gametas masculinos.
Consumo de álcool: álcool diminui os níveis de testosterona, causa disfunção erétil e interfere na produção de espermatozoides.
Tabagismo: fumantes têm uma contagem menor de espermatozoides quando comparados a não fumantes.
Estresse: o estresse pode interferir no funcionamento dos hormônios necessários para produzir espermatozoides.
Depressão: a depressão em homens pode causar disfunção sexual devido à redução da libido, disfunção erétil e ejaculação retardada ou inibida.
Obesidade: a obesidade também pode provocar alterações hormonais que reduzem a fertilidade.
Além da incapacidade de conceber, embora a maioria dos homens com infertilidade masculina seja assintomática, alguns sinais e sintomas também podem ser identificados e indicam a necessidade de procurar um especialista:
O primeiro passo para diagnosticar a infertilidade masculina é um exame físico, que pode detectar alterações nos testículos e órgão genital, por exemplo, a varicocele. Dependendo do grau da doença, as veias podem ser identificadas a olho nu. Se houver suspeita, testes laboratoriais e exames de imagem podem ser solicitados. Eles incluem:
Análise seminal: a análise do sêmen (espermograma) permite avaliar critérios como quantidade, qualidade, morfologia e motilidade dos espermatozoides (análise microscópica), assim como aspectos do sêmen, como concentração, volume, pH e coloração (análise macroscópica).
Exames de imagem: a ultrassonografia transretal é importante para avaliar estruturas como o ducto ejaculatório e as vesículas seminais.
Biópsia testicular: se for confirmada a ausência de espermatozoides no sêmen, a biópsia testicular pode investigar o problema.
Testes hormonais: alterações nos níveis hormonais impactam diretamente a produção de espermatozoides.
Teste de fragmentação de DNA espermático: a alteração do DNA do espermatozoide pode causar infertilidade e abortamentos.
Os tratamentos para infertilidade são indicados de acordo com cada caso. Os principais são:
Problemas sexuais: alguns medicamentos podem melhorar determinadas condições, como a disfunção erétil ou a ejaculação precoce.
Infecções: tratamentos com antibióticos podem curar infecções no trato reprodutivo, embora a fertilidade nem sempre seja restaurada.
Tratamento hormonal: a reposição hormonal é recomendada nos casos em que a infertilidade é provocada por alterações hormonais.
Cirurgia: a varicocele pode ser corrigida cirurgicamente ou um ducto deferente obstruído pode ser reparado. Em alguns casos, a vasectomia também pode ser revertida.
Técnicas de reprodução assistida: a fertilização in vitro (FIV) é o principal tratamento para infertilidade por fatores masculinos graves. É realizada mediante a micromanipulação dos gametas. A técnica mais utilizada em FIV atualmente é a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), em que um único espermatozoide é injetado dentro do óvulo com o auxílio de uma agulha extremamente fina. Os espermatozoides podem ser coletados pela utilização de técnicas cirúrgicas, como PESA, MESA, TESE e Micro-TESE, para, posteriormente, serem selecionados os de melhor qualidade, que serão utilizados na fecundação dos óvulos.
Nos casos em que a infertilidade masculina não pode ser tratada, é possível ainda recorrer à doação de espermatozoides.