As tubas uterinas são duas estruturas tubulares bilaterais que conectam o útero aos ovários e são fundamentais para a fertilidade feminina.
Durante a ovulação, o folículo ovariano libera o óvulo, e o transporte dessas células até o útero é feito pelas tubas uterinas.
É também no interior dessas estruturas que ocorre o encontro entre óvulo e espermatozoide, a fecundação. Após esse evento, as tubas conduzem o embrião ao útero para que se implante e a gestação possa se desenvolver.
Qualquer alteração que acometa as tubas uterinas pode resultar em infertilidade, especialmente aquelas que deixam como sequela a obstrução dessas estruturas tubulares.
A cirurgia de laqueadura tubária é um procedimento que obstrui as tubas uterinas, provocando um quadro de infertilidade permanente por obstrução tubária, muito procurada pelas mulheres que não desejam mais engravidar.
A maior parte dos casos de obstrução tubária pode ser diagnosticada com o auxílio de exames de imagem, e entre eles a histerossalpingografia é um dos principais.
Os tratamentos para as obstruções tubárias, no entanto, podem não reverter a infertilidade e, nesses casos, a reprodução assistida pode ser uma possibilidade.
Este texto aborda a histerossalpingografia, um exame de raio-X com contraste, fundamental para o diagnóstico da infertilidade por obstrução tubária. Nos acompanhe na leitura!
Por que as tubas uterinas são importantes para a fecundação?
A fecundação é o encontro dos gametas feminino e masculino, respectivamente óvulo e espermatozoide, com a consequente fusão de seus pronúcleos. Assim temos a primeira célula do que mais tarde será um embrião.
Ao contrário do que muitos imaginam, esse evento não acontece no útero, e sim nas tubas uterinas, normalmente nas primeiras 24h após a liberação do óvulo, na ovulação.
Quando o folículo ovariano se rompe e libera o óvulo contido em seu interior, os movimentos peristálticos das tubas uterinas conduzem esse óvulo por seu trajeto em direção ao útero.
Na ocorrência de relações sexuais desprotegidas nesse período, os espermatozoides contidos no líquido ejaculado se movimentam pelo canal vaginal e útero em direção às tubas uterinas, onde está o óvulo, com o objetivo de fecundá-lo.
Caso haja fecundação, é também o peristaltismo das tubas uterinas o movimento responsável pelo transporte do embrião para o útero, no qual deve se fixar para que a gestação tenha início.
Ou seja, se as tubas estiverem obstruídas, não há fecundação.
A histerossalpingografia é um exame de raio-X com contraste, que observa especificamente os órgãos do sistema reprodutivo e registra imagens dinâmicas sobre sua anatomia e movimentação.
Para compreender o que é a histerossalpingografia, vamos entender como funciona um exame convencional de raio-X.
Nesse exame, a mulher é posicionada entre um aparelho de radiologia e uma chapa. Esse aparelho emite um feixe de elétrons que atravessa o corpo em direção à chapa, com maior ou menor dificuldade, dependendo da densidade da área atravessada.
Tecidos mais densos, como ossos e cartilagens, bloqueiam a maior parte da radiação e são registrados como uma “sombra” branca, enquanto tecidos mais moles, como as mucosas, têm maior permeabilidade à radiação e não formam imagens tão nítidas.
A chapa que registra o exame produz imagens bidimensionais que precisam ser reveladas para ser analisadas pelo médico.
O raio-X é um exame que também pode ser feito com a ajuda de contrastes químicos, que aumentam a nitidez e acurácia das imagens.
Os contrastes são substâncias que, ao serem injetadas, preenchem espaços e realçam tecidos que normalmente não apareceriam com clareza em uma imagem radiológica tradicional. A histerossalpingografia é um tipo de raio-X com contraste.
A histerossalpingografia é um exame indicado para o diagnóstico de infertilidade por obstrução tubária em diversas situações.
Mesmo condições que atacam o útero, como pólipos e miomas, podem levar à obstrução das tubas se estiverem localizados muito próximos a essas estruturas, que passam a ser também afetadas pela inflamação local desencadeada por essas doenças.
A endometriose também pode resultar em infertilidade por obstrução tubária.
ISTs como a clamídia e a gonorreia provocam quadros agudos de inflamação pélvica e podem causar hidrossalpinge, que é o acúmulo de líquido nas tubas uterinas como resultado de um processo inflamatório.
A hidrossalpinge pode deixar as tubas uterinas obstruídas com cicatrizes mesmo após o tratamento para as infecções, especialmente quando a mulher demora para buscar tratamento e o quadro se agrava.
Finalmente, a histerossalpingografia também é usada para confirmar o sucesso tanto da laqueadura tubária, quanto da sua reversão.
Este é também um exame importante para a reprodução assistida, já que a confirmação das causas da infertilidade determina também qual técnica de reprodução assistida é mais indicada: se há obstrução tubária, a RSP (Relação sexual programada) e a IA (Inseminação artificial) devem ser descartadas, e a FIV (Fertilização in vitro) é a técnica mais indicada, por exemplo.
O preparo para a realização da histerossalpingografia é simples e inclui o esvaziamento dos intestinos, comumente conseguido pelo uso de laxantes um dia antes do exame.
Também recomenda-se que a mulher se abstenha de relações sexuais nos 3 dias que antecedem o exame.
Por ser um procedimento simples, a histerossalpingografia pode ser feita em ambiente ambulatorial, e normalmente o único sintoma doloroso a se manifestar durante o exame são cólicas que podem ser aliviadas com analgésicos.
A primeira etapa é a injeção do contraste, que é feita através do canal vaginal, com a mulher em posição ginecológica.
Depois disso, a mulher é encaminhada para a radiologia, quando as imagens devem ser feitas no aparelho radiológico e podem ser acompanhadas em tempo real.
A histerossalpingografia é contraindicada em casos de suspeita de gravidez, infecções ativas por ISTs ou outras bactérias e históricos de hipersensibilidade ao contraste.
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