Embora seja menos conhecida do que outros exames ginecológicos, a histeroscopia ambulatorial é uma técnica que permite melhor visualização e avaliação da cavidade uterina, cervical e canal vaginal.
O procedimento facilita o diagnóstico de diversas patologias intrauterinas, desde sangramento uterino anormal, um dos sintomas que indicam disfunção da ovulação, principal fator de infertilidade feminina, à confirmação da presença de miomas uterinos e pólipos endometriais. O exame é fundamental no contexto da reprodução assistida.
Além de investigar as possíveis causas de sangramento anormal – definido por alterações menstruais, principalmente que provoca fluxos mais intensos, podendo ocorrer entre períodos menstruais –, a histeroscopia possibilita um diagnóstico preciso de outras condições ginecológicas que podem causar infertilidade ou prejudicar o sucesso de técnicas de reprodução assistida.
Dependendo da patologia diagnosticada, o procedimento permite o tratamento. Esse tipo de prática é conhecido como see and treat ou ver e tratar.
As principais indicações da histeroscopia ambulatorial são:
A histeroscopia ambulatorial é um procedimento de fundamental importância nos tratamentos de reprodução assistida, investigando problemas relacionados à fertilidade, falha de implantação embrionária ou perdas recorrentes de gravidez, contribuindo para aumentar as chances gestacionais.
É fundamental pedir a histeroscopia com biópsia para a identificação de endometrite crônica e presença anormal de células NK, algumas das principais causas de falha de implantação tanto em gestação natural como em ciclos de fertilização in vitro (FIV). É uma condição que deve ser tratada antes do início da FIV.
A histeroscopia é realizada com a utilização de um histeroscópio, instrumento formado por um tubo ótico, sistema de iluminação e uma microcâmera que possibilita a transmissão do procedimento em tempo real para um monitor. A fibra ótica também funciona como condutora de substâncias, como o soro fisiológico, cuja função é expandir o útero.
Geralmente é feita na primeira semana depois da menstruação – melhor momento para visualizar o útero –, em ambiente laboratorial e não requer anestesia. A paciente permanece em posição ginecológica durante o procedimento. O histeroscópio é introduzido pela vagina, pelo colo do útero e chega à cavidade uterina, distendidos por soro fisiológico.
Para ser submetida ao exame, a mulher não pode estar grávida, com algum tipo de infecção nem menstruada, uma vez que essas condições podem ter consequências graves e diminuir a visualização.
A duração do procedimento varia de acordo com a causa e com a complexidade do que está sendo investigado. É possível, durante o exame, realizar uma biópsia endometrial que visa identificar anormalidades microscópicas do endométrio; e tratar pequenas alterações, tais como pequenos pólipos.
Embora de modo geral a mulher não sinta dor durante a histeroscopia ambulatorial, algumas pacientes podem ter algum desconforto, às vezes dor leve.
A histeroscopia ambulatorial visualiza, identifica e investiga qualquer alteração em regiões da cavidade uterina, facilitando o diagnóstico precoce de diferentes condições.
A técnica pode não ser indicada para determinadas pacientes, portanto a avaliação médica é fundamental.
De forma geral, as mulheres podem retomar suas atividades imediatamente depois do procedimento. No entanto, existe um risco baixo de complicações, como danos no útero ou colo uterino.
Também são comuns cólicas e sangramento leve, por isso é indicada a abstinência sexual por alguns dias, pois podem surgir infecções. Dependendo dos sintomas, é importante buscar auxílio médico.
Diversas patologias podem ser diagnosticadas e tratadas pela histeroscopia ambulatorial: pólipos endometriais (uterinos), miomas e aderências uterinas, dependendo da gravidade. Em determinados casos, é indicada a histeroscopia cirúrgica.