Cada vez mais, casais precisam de auxílio para concretizar o sonho de ter filhos. A infertilidade atinge cerca de 50 milhões de casais em todo o mundo. Nesse contexto, o avanço da medicina possibilitou que casais com dificuldades de engravidar pudessem reverter essa situação. Em muitos casos, a FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida mais indicada e eficaz.
Indica-se investigar a infertilidade quando o casal não consegue engravidar naturalmente após 1 ano de tentativas, caso a mulher tenha até 35 anos. Se a mulher tiver mais que 35 anos, esse período diminui para 6 meses. A FIV é indicada para vários diagnósticos de infertilidade e consiste em 5 etapas. Continue lendo para saber mais sobre a FIV passo a passo e as suas chances de sucesso!
Na FIV, ou fertilização in vitro, a fecundação, ou seja, a união entre o óvulo e o espermatozoide, ocorre fora do corpo humano, no laboratório. Os embriões formados são mantidos em cultivo até o dia de serem transferidos para o útero, o que normalmente ocorre após um período de 5 dias, quando os embriões atingem o estágio de blastocisto.
Além da FIV, existem algumas técnicas complementares que podem ser indicadas de acordo com as necessidades da paciente para aumentar as chances de sucesso e diminuir os riscos para o bebê. Entre as mais conhecidas estão o teste ERA, a doação de óvulos e a biópsia embrionária.
A duração completa desse método de reprodução assistida é de 15 a 25 dias, aproximadamente. Conheça cada etapa.
A FIV é realizada em 5 etapas: estimulação ovariana, aspiração folicular e coleta de espermatozoides, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões. Caso haja embriões excedentes, eles devem ser congelados para utilização futura ou doação a outros casais inférteis.
A FIV começa com o processo de estimulação ovariana, que consiste em desenvolver um número elevado de óvulos maduros para a fecundação. Alcançar bons resultados nessa etapa aumenta as chances de uma FIV bem-sucedida.
Durante o ciclo menstrual, os hormônios folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) são liberados para estimular o desenvolvimento dos folículos. Apesar de vários serem recrutados, somente um será selecionado, amadurece e é liberado na ovulação.
O objetivo da estimulação ovariana é mimetizar um ciclo ovulatório, com o recrutamento e seleção do máximo de folículos, para que vários óvulos sejam obtidos. Para isso, inicia-se a administração de medicações injetáveis no 3º dia do ciclo menstrual, por aproximadamente 10 dias.
Durante esse período, são realizados exames de ultrassonografia transvaginal, que avaliam o crescimento dos folículos e orientam o ajuste da dose dos medicamentos. É importante ressaltar que se deve realizar uma avaliação minuciosa do histórico de cada paciente, para que o protocolo de indução seja o mais adequado para cada caso. Muitas vezes, podemos lançar mão do exame de polimorfismo do receptor de FSH, que determina qual a melhor medicação a ser utilizada para a paciente.
Quando eles atingirem o tamanho ideal, o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) é usado para finalizar o amadurecimento folicular.
A aspiração folicular ou punção ovariana é realizada cerca de 35-37 horas depois da administração do hCG. Em média, a coleta de 10 a 15 óvulos é considerada o ideal para aumentar as chances da gravidez. No entanto, é possível ter uma FIV bem-sucedida com menos óvulos coletados, dependendo da individualidade de cada paciente.
O procedimento é realizado por meio de uma ultrassonografia endovaginal, com uma agulha repousando sobre o transdutor, aspirando o conteúdo folicular e o enviando para tubos de coleta, com o auxílio de um sistema a vácuo. O conteúdo folicular é entregue ao laboratório de FIV, contíguo à sala de coleta, para que sejam identificados os óvulos.
Cada folículo puncionado é capaz de conter 1 óvulo. O exame é realizado em ambiente de centro cirúrgico, sob anestesia venosa e dura por volta de 15 minutos. Após a coleta de óvulos, é ideal que a paciente permaneça o resto do dia em repouso. No mesmo dia da punção ovariana, é realizada a coleta dos espermatozoides, seja por masturbação, seja por punção do epidídimo.
O sêmen é coletado na própria clínica e é processado para que os melhores espermatozoides da amostra sejam selecionados.
Após algumas horas da coleta de óvulos, eles são avaliados e somente nos oócitos maduros são injetados os espermatozoides selecionados. A fecundação ocorre por meio da técnica denominada injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo por meio de um equipamento chamado micromanipulador de gametas, que conta com uma agulha microscópica.
A fase do cultivo dos embriões dura entre 2 e 6 dias. Durante esse período, os embriões ficam dentro de uma incubadora, que imita as condições encontradas dentro do útero. Uma nova geração de incubadoras associadas a um sistema fechado de avaliação embrionária, as embryoscopes, permitiu o melhor desenvolvimento embrionário e uma maior taxa na formação de blastocistos em laboratório.
Entretanto, é comum que alguns embriões parem de se desenvolver devido a algum problema na sua divisão celular. Por isso, eles são avaliados, para que apenas aqueles que tiverem o melhor desenvolvimento e potencial sejam transferidos.
A última fase da FIV é a transferência dos embriões para o útero. O procedimento pode acontecer em 2 momentos: no 3º dia (D3) ou no 5º/6º dia (blastocisto). Atualmente, como regra, opta-se pela transferência de blastocisto, uma vez que as chances de implantação são maiores. No entanto, em alguns casos indica-se a transferência de D3, principalmente em casos de embriões com qualidade inferior que podem não se desenvolver até o quinto dia.
Conforme o Conselho Federal de Medicina (CFM) (Resolução CFM nº 2168/2017), o número de embriões que será transferido é determinado pela idade da mulher:
Nos casos de doação dos óvulos, a idade considerada é a da doadora no momento da coleta, não da receptora.
Entre 10 e 12 dias após a transferência é feito o teste de gravidez normalmente.
Com o avanço da medicina nas últimas décadas, a taxa de sucesso da FIV cresceu. A média atual é de 40%, ou seja, duas a cada cinco tentativas são bem-sucedidas.
A idade da mulher é o fator de maior impacto para o sucesso da técnica. No entanto, também devem ser levados em consideração o número de óvulos obtidos na primeira etapa da FIV, a qualidade do sêmen e a receptividade do útero após a transferência dos embriões.
Os avanços tecnológicos também permitiram que os índices de gestações múltiplas, em que nascem gêmeos, trigêmeos e assim por diante, diminuíssem. Dessa forma, é possível transferir menos embriões no útero sem diminuir as chances de uma gravidez.
A FIV é um método de reprodução assistida em que a fecundação acontece em um laboratório, em um processo que envolve 5 etapas.
Existem ainda outros passos fundamentais para o sucesso da FIV, sendo a consulta médica um dos mais importantes. Nesse momento é explicado como todo o processo vai acontecer, como exames necessários, diagnóstico, tratamentos e o acompanhamento psicológico para a paciente ou para o casal. O momento mais importante para o planejamento de uma FIV é a individualização do tratamento, com a avaliação de todos os detalhes capazes de interferir no sucesso do procedimento, corrigindo-os. Dessa forma, o processo se torna mais seguro e com maiores chances de dar certo.
Conhecer o passo a passo da FIV é importante para tirar dúvidas e inseguranças sobre o assunto. Continue lendo sobre a FIV para saber em quais casos ela é indicada e as suas técnicas complementares.
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