O espermograma é um exame que diagnostica diferentes condições relacionadas à saúde dos espermatozoides tendo como referência parâmetros de quantidade e qualidade (motilidade e morfologia).
É importante também para auxiliar nos diagnósticos de pacientes submetidos aos tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) com ICSI, quando há suspeita de infertilidade por fator masculino.
Apesar de ser principalmente indicado para avaliar a fertilidade masculina, o espermograma também é um método utilizado para diagnosticar doenças urológicas e para determinar o sucesso de abordagens cirúrgicas, como a vasectomia, cirurgia de esterilização masculina, ou a reversão do procedimento.
O processo de espermatogênese pode sofrer interferência de diversos fatores, alterando desde a produção e concentração dos espermatozoides até características como morfologia e motilidade, dificultando ou inibindo, consequentemente, a fecundação.
Infecções por bactérias ou vírus, por exemplo, comprometem a motilidade, enquanto o processo infeccioso pode estimular uma reação autoimune e a formação de anticorpos antiespermatozoides, causando uma diminuição de características qualitativas e quantitativas dos gametas e do sêmen.
Uma vez que a contagem de espermatozoides pode sofrer variação diária, sugere-se a repetição do exame algumas semanas depois do exame original.
A coleta é feita por masturbação em recipiente estéril, oferecido ao paciente pelo laboratório. A coleta deve ser realizada no laboratório para garantir a qualidade das amostras, pois a análise ocorre dentro do prazo de uma hora. Existe a possibilidade de realização do exame em casa, mas apenas em casos especiais.
O exame realiza uma análise completa do sêmen e dos gametas masculinos presentes nele. Os principais critérios avaliados são:
Os aspectos macroscópicos estão relacionados ao sêmen em si:
Os aspectos microscópicos estão relacionados aos espermatozoides:
Os parâmetros seminais são determinados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com base em inúmeros estudos. De acordo com os achados no espermograma, é realizado o diagnóstico. Os mais comuns são:
Existem diversas outras condições seminais que indicam possíveis problemas de fertilidade masculina.
O tratamento de reprodução assistida indicado para infertilidade por fatores masculinos é, geralmente, a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). Quando há ausência de espermatozoides no líquido seminal (azoospermia), eles podem ser coletados do epidídimo, duto que os armazena e transporta até que sejam ejaculados, ou dos testículos por punção ou procedimento cirúrgico.
Além do espermograma, testes adicionais também são realizados nos tratamentos por FIV para identificar outras possíveis alterações, como distúrbios genéticos ou cromossômicos, alterações nos níveis hormonais e presença de anticorpos.
Os gametas de melhor qualidade são posteriormente selecionados pela preparação seminal, técnica complementar à FIV, e poderão ser utilizados a fresco para a fecundação dos óvulos ou congelados para uso futuro. O processo de fertilização é realizado em laboratório por ICSI, em que cada espermatozoide é injetado diretamente em cada óvulo, aumentado as chances de óvulos fertilizados e, consequentemente, de embriões formados.
A FIV com ICSI revolucionou os tratamentos para infertilidade masculina por fatores graves, possibilitando a gestação com gametas próprios. A FIV é a técnica de reprodução assistida que registra os números mais expressivos de nascidos vivos por ciclo de realização.