A fertilidade feminina depende do bom funcionamento de todo o sistema reprodutivo e endócrino, mas o papel dos ovários é especialmente importante para a reprodução. Isso porque as principais funções ovarianas são a ovulação, que libera os gametas (o óvulo) para a fecundação, o armazenamento da reserva ovariana e a produção de hormônios.
Quando o desenvolvimento dos ovários termina, durante o desenvolvimento intrauterino, em seu interior estão contidos todos os folículos disponíveis para a mulher ao longo de toda a sua vida.
A reserva ovariana é a quantidade de células reprodutivas que a mulher ainda tem nos ovários. Ao longo da vida fértil da mulher, a reserva ovariana vai sendo consumida a cada ciclo menstrual.
O funcionamento dos ovários é mediado pela ação das gonadotrofinas LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante), produzidas pela hipófise, sob ação do hipotálamo.
A partir da puberdade, o eixo hipotálamo-hipófise passa a criar picos na secreção de LH e FSH, que atuam nos ovários estimulando a produção de estrogênios e dando início à ovulação e aos ciclos férteis da mulher.
A reserva ovariana diminui naturalmente a cada ciclo menstrual, porém qualquer alteração na dinâmica dos hormônios sexuais pode afetar os processos envolvidos na ovulação e, consequentemente, a reserva ovariana, como é o caso de alguns tipos de endometriose.
A endometriose é uma doença que pode afetar diversos órgãos, porém, quando acomete os ovários, a formação dos endometriomas (cistos que se formam nos ovários em decorrência da endometriose) interfere no amadurecimento dos folículos ovarianos e pode levar a quadros de infertilidade por anovulação.
Quer saber mais sobre os endometriomas? Continue a leitura!
A endometriose é uma doença estrogênio-dependente, em que se observa o crescimento de tecido endometrial fora da cavidade uterina (ectópico), que é seu local de origem. Os locais mais comuns são as tubas uterinas, ovários, bexiga e intestino.
Quando a doença acomete os ovários, formam-se cistos com conteúdo de aparência achocolatada, que são chamados endometriomas.
O tecido dos endometriomas é composto por células que respondem à ação hormonal estrogênica do ciclo reprodutivo tanto quanto o endométrio original, criando uma inflamação local, que causa dor, inchaço e prejudica o funcionamento do órgão, incluindo a reserva ovariana.
O crescimento dos endometriomas é progressivo, e depois de um tempo os cistos podem passar a exercer pressão no interior dos ovários, podendo paralisar o processo de amadurecimento dos gametas e a ovulação.
Assim, os endometriomas são um tipo de endometriose que pode levar a diversas consequências, como infertilidade.
Tanto a endometriose quanto os endometriomas podem afetar a fertilidade feminina, o que os diferencia é a forma como isso ocorre.
Quando a endometriose afeta os ovários formando-se os endometriomas, a infertilidade é causada principalmente por anovulação.
Além disso, o processo inflamatório local e a pressão interna exercida pelos endometriomas afetam a reserva ovariana porque lesam quimicamente os folículos, impedindo seu amadurecimento e liberação dos óvulos.
Esse quadro pode vir ou não acompanhado de dor e outros sintomas.
Os principais sintomas que a mulher com endometriomas apresenta são infertilidade, alterações no ciclo menstrual e, nos casos mais severos, diversos tipos de dor pélvica, crônicas ou agudas.
A dor pélvica pode se manifestar como dismenorreia (menstruação dolorosa, cólicas menstruais intensas) e dor pélvica crônica (DPC), relacionada ou não com o período menstrual.
Algumas mulheres podem apresentar dispareunia, que é a dor durante as relações sexuais.
A dor pélvica, porém, é um sintoma que deriva do quadro geral de endometriose e afeta as mulheres com endometriomas somente em alguns casos.
Para essas mulheres, os sintomas mais recorrentes são as alterações menstruais e a infertilidade, que estão relacionados.
Ainda que o tratamento medicamentoso possa ser feito por meio da administração de hormônios que desestimulem o crescimento das lesões da doença e dos endometriomas, a retirada cirúrgica desses implantes é a terapêutica mais bem-sucedida, embora deva ser feita por profissional experiente para minimizar o comprometimento da reserva ovariana.
Os endometriomas são diagnosticados pelo ultrassom transvaginal, que pode ser feito com especialização para endometriose.
A videolaparoscopia é a primeira abordagem para o tratamento dos endometriomas e da endometriose como um todo. Essa dinâmica é conhecida como “see and treat”. O diagnóstico e o tratamento podem ser feitos ao mesmo tempo, aumentando as chances de cura por diminuir o tempo entre os procedimentos.
Normalmente, essa terapêutica consegue cessar os sintomas dolorosos e regular o ciclo menstrual, porém a infertilidade decorrente dos endometriomas pode persistir.
No entanto, como há um grande risco de comprometimento da reserva ovariana, hoje recomenda-se à paciente que faça a preservação da fertilidade, que é o congelamento dos óvulos, assim ela pode ter filhos com a reprodução assistida mesmo que a cirurgia prejudique a fertilidade.
Por ser a endometriose uma doença estrogênio-dependente, a gestação em si é também um fator que ajuda na involução dos próprios focos endometrióticos, já que a gravidez diminui naturalmente a disponibilidade de estrogênios, os hormônios que mantêm a doença.
As mulheres com endometriomas podem recorrer também ao auxílio das técnicas de reprodução assistida para engravidar, passando ou não pelo tratamento cirúrgico, dependendo do caso.
A principal técnica de reprodução assistida é a FIV (fertilização in vitro), que oferece a possibilidade de realização de diversas técnicas complementares para aumentar as chances de sucesso em casos específicos.
Se a mulher quiser engravidar, mas os danos à reserva ovariana forem irreversíveis, ela pode optar pela doação de óvulos, por exemplo. A FIV também melhora as chances de gravidez em praticamente todos os casos de infertilidade.
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