A doação de embriões geralmente é indicada quando não há produção de gametas masculinos e/ou femininos ou nos casos em que há risco de um ou ambos os pais transmitirem doenças genéticas. A doação de embriões é uma opção importante quando não é possível fazer o tratamento para infertilidade com os óvulos e espermatozoides próprios ou em casos de falhas repetidas de fertilização de origem embrionária.
Parte integrante do tratamento por fertilização in vitro (FIV), com as novas regras nacionais que regulamentam a reprodução assistida no país, a doação de embriões tornou-se também extensiva para casais homoafetivos e pessoas solteiras que desejam ter filhos.
Embora os doadores sejam anônimos, os embriões doados geralmente resultam de ciclos de FIV que produziram um número maior de embriões do que era possível ser utilizado. São embriões excedentes, que não foram utilizados.
As regras para doação de embriões no Brasil são regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e, assim como para gametas (óvulos e espermatozoides), determinam que o processo, além de anônimo, não pode ter caráter lucrativo ou comercial.
Nos ciclos de FIV, os embriões excedentes são criopreservados para serem utilizados em procedimentos futuros dos mesmos pacientes. Porém, após uma gravidez bem-sucedida, isso nem sempre acontece e é preciso decidir o que fazer com eles.
Os embriões criopreservados por três anos ou mais poderão ser descartados, segundo as regras do CFM. No entanto, a doação tornou-se uma alternativa importante para pessoas que não conseguiram engravidar com gametas próprios ou para casais homoafetivos.
Além disso, carrega ainda o conceito de união entre mães e filhos que ocorre no período gestacional, desde a nutrição do feto à simbologia de proteção, gestação, nascimento e amamentação, motivo pelo qual o tratamento com embriões doados tem se tornado uma alternativa importante nos tratamentos por FIV.
Após a escolha do doador, a mulher que irá receber o embrião deverá ser submetida a diferentes exames físicos, laboratoriais e de imagem para avaliar o aparelho reprodutor feminino.
Em alguns casos, podem ser indicados medicamentos hormonais para melhorar a receptividade endometrial, imprescindível para assegurar o sucesso da implantação e, consequentemente, da gravidez.
A receptividade endometrial indica que o endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero, está pronto para acolher o embrião, período conhecido como janela de implantação.
A janela de implantação pode ser definida com precisão a partir da realização do teste Era, uma das técnicas complementares à FIV, que permite a análise genética de células endometriais (após biópsia) e a definição das modificações cíclicas que compõem o ciclo endometrial.
Em cerca de quinze dias já é possível saber o resultado e preparar a transferência para o próximo ciclo de tratamento. Para serem transferidos, os embriões são descongelados, colocados em um cateter e depositados no útero da paciente. O procedimento é acompanhado por ultrassonografia transvaginal e a paciente é liberada cerca de seis horas após a realização.
A transferência pode ser feita em ambiente clínico ou hospitalar e nem sempre a anestesia é necessária. Os medicamentos hormonais prescritos anteriormente deverão ser continuados para auxiliar na sustentação da gravidez, até que ela seja confirmada, o que pode ser feito com segurança cerca de 12 dias após o procedimento.
Quinze dias depois da comprovação da gravidez é realizada a primeira ecografia para verificar os batimentos cardíacos do feto e o tipo de gravidez (única ou múltipla), embora a criopreservação de embriões permita a transferência de um único embrião.
O percentual de sucesso para a transferência de embriões congelados é bastante expressivo, uma vez que que diferentes testes são realizados para garantir a saúde deles antes que sejam criopreservados, o que contribui para elevação desses índices e para o sucesso da gestação.
Por outro lado, entretanto, mantêm uma variação comum aos tratamentos por FIV: são mais altos em mulheres com até 35 anos e diminuem com o avanço da idade.
As principais regras para doação de embriões no Brasil incluem: