Um casal que tenha o sonho de ter filhos pode se frustrar ao perceber que, após certo tempo de relações regulares sem o uso de métodos contraceptivos, a gravidez não acontece. Define-se como infertilidade a ausência da gestação após um ano de tentativas regulares, em mulheres abaixo de 35 anos; e 6 meses, em mulheres acima dessa idade.
É comum que o casal procure um médico especialista em reprodução humana assistida para entender o problema. Dependendo do caso, o médico pode indicar ou não uma técnica de reprodução assistida.
A reprodução assistida representou uma revolução no tratamento da infertilidade ao permitir que casais pudessem voltar a sonhar com a tão desejada gestação. Atualmente, existem diversos procedimentos relacionados, mas as três técnicas de reprodução assistida são as principais.
Essas três técnicas de reprodução assistida são: relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e FIV (fertilização in vitro). Embora haja muitas diferenças entre elas, é comum que as pessoas as confundam.
Por isso, neste texto são apresentadas cada uma das técnicas e as diferenças entre elas.
A RSP ou coito programado é considerada um procedimento de baixa complexidade, uma vez que a fecundação ocorre dentro do corpo feminino e não há manipulação de gametas.
A disfunção da ovulação é um dos fatores que pode levar à infertilidade feminina. Na RSP, são feitas a estimulação ovariana e a indução hormonal da ovulação. Isso faz com que mais folículos cresçam, amadureçam e se rompam, liberando o óvulo para a fecundação, o que aumenta as chances de gravidez.
O crescimento folicular é acompanhado por ultrassonografias transvaginais a fim de determinar o período da ovulação, de modo a tornar possível orientar o casal para manter relações sexuais nos dias mais férteis da mulher.
Esse método é geralmente indicado para pacientes que sofram de distúrbios ovulatórios, uma vez que seu principal objetivo é determinar com maior exatidão o período fértil da mulher para que a fecundação possa ocorrer.
Nesse caso, no entanto, a fecundação ocorre de modo natural, sem que haja a manipulação em laboratório dos espermatozoides ou dos óvulos.
A RSP só pode ser indicada para mulheres de até 35 anos sem outros fatores de infertilidade, inclusive masculinos. Se o parceiro tiver alguma alteração no sêmen, a RSP não apresenta bons resultados, uma vez que não há tratamentos para o homem.
A segunda das principais técnicas de reprodução assistida é denominada inseminação artificial, principalmente indicada quando há alteração leve no sêmen ou quando o casal não consegue programar as relações sexuais (para a indicação de RSP).
Na IA, também são feitas a estimulação ovariana e a indução da ovulação, com o objetivo de liberar mais óvulos maduros para serem fecundados. A diferença está no fato de que o sêmen é manipulado e preparado em laboratório a fim de selecionar os melhores espermatozoides de acordo com critérios de morfologia e motilidade.
Aqueles considerados de má qualidade são eliminados, de modo a aumentar a concentração, no sêmen, daqueles que de fato podem resultar em uma fecundação. A manipulação laboratorial do sêmen tem como principal objetivo capacitar os espermatozoides escolhidos a chegarem no óvulo, uma vez que a fecundação ocorre dentro do organismo da mulher.
Então é feita a inseminação. Os espermatozoides são introduzidos no organismo da mulher por meio de um fino cateter.
A terceira e mais eficiente das técnicas de reprodução assistida é a única na qual a fecundação ocorre fora do corpo da mulher. Esse procedimento consiste na fecundação em laboratório de embriologia, por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
Após os procedimentos de estimulação ovariana e indução da ovulação, os óvulos são coletados do corpo da mulher e o sêmen, do homem. Então, a fecundação é feita no laboratório. O óvulo fecundado fica em observação durante seu cultivo e desenvolvimento, e pode ser submetido ao PGT, teste genético para avaliar a presença de doenças hereditárias ou outras alterações.
Esse exame tem como objetivo determinar a saúde do embrião, de modo que os melhores sejam escolhidos para serem transferidos ao útero.
A última etapa é a transferência desses embriões para o útero. Para que a gravidez ocorra, pelo menos um desses embriões deve se fixar no tecido endometrial, camada que reveste o interior do útero. Caso a implantação ocorra com sucesso (processo também denominado nidação), a gravidez terá início.
A FIV pode contar com técnicas complementares para aumentar suas taxas de sucesso, principalmente em casos específicos.
Embora as três técnicas de reprodução assistida citadas contem com etapas em comum, como a estimulação ovariana e indução da ovulação, há grandes diferenças entre elas.
As duas principais diferenças que podem ser apontadas se referem ao grau de manipulação dos gametas e ao local em que a fecundação é feita. No caso da RSP, não há manipulação. Na IA, apenas os espermatozoides são manipulados em meio laboratorial. Na FIV, ambos os gametas são manipulados.
A fecundação na RSP e na IA ocorre dentro do organismo feminino. Já na FIV a fecundação é feita em meio laboratorial e o embrião é posteriormente transferido ao útero.
As taxas de sucesso também diferem entre as três técnicas de reprodução assistida. A FIV, tratamento mais complexo, é a que apresenta maior taxa de sucesso entre as três, cerca de 40% contra 20% (tanto RSP como IA).
Indica-se a FIV em casos nos quais, por algum motivo, há um impedimento na fecundação no organismo feminino. Esse diagnóstico deve ser feito pelo médico após a realização de exames que tenham como objetivo determinar as causas da infertilidade.
Para saber mais sobre as técnicas de reprodução assistida, clique aqui.
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