Milhares de casais no mundo sofrem com a infertilidade, que atualmente é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Definida como a tentativa malsucedida de engravidar após um ano de relações sexuais desprotegidas, a infertilidade pode ser provocada por fatores masculinos ou femininos ou mesmo por causas inexplicáveis – fertilidade sem causa aparente (ISCA).
Conheça mais sobre a infertilidade neste texto: fatores de risco, causas, sintomas, tratamento e diagnóstico que podem confirmar o problema.
Embora a infertilidade possa ser provocada por diferentes condições, alguns fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento da doença em homens e mulheres. A maioria está associada ao estilo de vida:
Conheça os principais sintomas e causas da infertilidade, masculina e feminina:
Algumas mulheres podem apresentar sintomas que facilmente sugerem problemas na fertilidade, tais como ciclos menstruais irregulares e ausência de menstruação ou sangramento anormal. Por outro lado, a maioria dos homens é assintomática e a infertilidade é constatada principalmente quando não há sucesso nas tentativas de gravidez.
Problemas com o espermatozoide: uma das causas mais comuns de infertilidade é a baixa produção, qualidade, morfologia e motilidade dos espermatozoides, incluindo a fragmentação do DNA espermático, ou mesmo a ausência deles no líquido seminal (azoospermia).
Problemas nos testículos: danos nos testículos também afetam a fertilidade masculina. Eles podem ser provocados por defeitos congênitos (criptorquidia), traumas, infecções, cirurgias ou neoplasias.
Vasectomia: o tratamento para esterilização masculina deve ser considerado irreversível, mas há casos em que a reversão pode ser indicada.
Distúrbios da ejaculação: distúrbios na ejaculação dificultam a liberação do líquido seminal e, consequentemente, a concepção.
Hipogonadismo: condição em que não há produção suficiente de testosterona, o hormônio sexual masculino envolvido na produção de espermatozoides.
Medicamentos e drogas: alguns medicamentos podem provocar infertilidade, entre eles os utilizados para tratamentos de neoplasias, para hipertensão e anabolizantes esteroides. Além disso, o uso frequente de drogas também representa risco.
Distúrbios da ovulação: os distúrbios de ovulação são responsáveis por percentual expressivo dos casos de infertilidade feminina.
Miomas uterinos: podem causar infertilidade quando são submucosos (crescem para dentro do útero) ou intramurais com o diâmetro maior que 4 cm. Esses miomas distorcem a cavidade ou alteram a contratilidade uterina, dificultando a implantação do embrião.
Endometriose: A endometriose pode causar infertilidade pela distorção da anatomia do sistema reprodutor (trompas e ovários), pela alteração da qualidade do óvulo ou dificultando a implantação do embrião.
Doença inflamatória pélvica (DIP): a doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção do trato genital feminino superior, que inclui o útero, tubas uterinas e os ovários, que pode provocar o surgimento de tecido cicatricial, alterando a morfologia e a função das trompas.
Cicatrização cirúrgica: tecido cicatricial ocasionado por cirurgias pélvicas ou cervicais podem danificar as tubas uterinas e o colo uterino.
Problemas com o muco cervical: o muco cervical pode ser afetado por infecções, dificultando a fecundação, uma vez que ele facilita o transporte dos espermatozoides até o útero.
Medicamentos e drogas: medicamentos utilizados em tratamentos de neoplasias, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e determinadas drogas, quando usados por longo prazo podem causar falência ovariana precoce.
Ligadura de tubas uterinas ou laqueadura: a cirurgia é um procedimento médico de esterilização para mulheres. Pode ser reversível, mas a cirurgia de reparo apresenta resultados muito pobres. Nesses casos é indicada a fertilização in vitro (FIV).
Diferentes exames, como análise seminal e reserva ovariana, testes de imagem e hormonais, são indicados para comprovar ou excluir as causas que provocaram a infertilidade.
Para diagnosticar a infertilidade masculina, os principais exames incluem:
Principais exames realizados para diagnosticar a infertilidade feminina:
Quando os testes falham em detectar qualquer anormalidade, a fertilidade é classifica como sem causa aparente (ISCA).
Desde a década de 1970, quando as técnicas de reprodução assistida se tornaram conhecidas pelo nascimento do primeiro bebê por fertilização in vitro (FIV), elas são a principal alternativa para o tratamento de infertilidade.
De baixa complexidade (quando a fecundação ocorre no útero) ou alta complexidade (quando a fecundação ocorre em laboratório), são indicadas de acordo com cada caso:
Relação sexual programada, RSP (baixa complexidade): também chamada coito programado, é indicada quando há problemas de ovulação, tubas uterinas saudáveis e se não houver alterações no esperma.
Inseminação intrauterina, IIU (baixa complexidade): também chamada inseminação artificial (IA), assim como a relação sexual programada, pode ser indicada para problemas de ovulação, porém pode ainda ser utilizada quando há alterações no colo uterino, endometriose mínima ou leve ou mesmo quando a infertilidade é sem causa aparente (ISCA). A principal indicação da IIU é quando o sêmen apresenta alterações leves na concentração ou na motilidade. Também pode ser utilizada para casais homoafetivos femininos ou quando há problemas nas relações sexuais.
Fertilização in vitro, FIV (alta complexidade): é indicada quando a infertilidade é mais grave ou quando não houver sucesso em outros tratamentos.
Dependendo do grau do comprometimento da fertilidade, apenas a FIV apresentará bons índices de sucesso.