Muitos casais homoafetivos femininos sonham em ter filhos biológicos. Se antes a concepção natural era a única maneira de ter filhos, hoje as técnicas de reprodução assistida permitem que tanto casais masculinos como femininos possam realizar esse sonho.
A Resolução nº 2168 do CFM estabelece que casais homoafetivos femininos (e masculinos) podem contar com técnicas de reprodução assistida mesmo que não sofram com infertilidade. Ela cita como base a decisão de 2011 do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece e qualifica a união estável homoafetiva como entidade familiar.
Saiba mais sobre isso acompanhando nosso texto!
Existem duas técnicas de reprodução assistida que podem ser indicadas para casais homoafetivos femininos: a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação artificial (IA). Cada técnica é indicada em situações específicas, por isso a individualização do tratamento é fundamental. Já para casais homoafetivos masculinos, apenas a FIV é uma possibilidade.
Entenda mais sobre a FIV e a IA.
A FIV é uma técnica de alta complexidade. Permite que casais com problemas de infertilidade ou casais homoafetivos, assim como pessoas solteiras, possam ter filhos, inclusive nos casos de laqueadura sem possibilidade de reversão. Além disso, é segura e oferece as melhores taxas de sucesso.
Nesse procedimento, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide é feita em laboratório, fora do corpo da mulher. Os embriões formados são cultivados em laboratório por alguns dias e depois transferidos para o útero.
Quando as duas mulheres têm alterações uterinas e contraindicação para a gravidez, o que é muito raro, a FIV pode ser ainda realizada com a técnica de útero de substituição. Essa técnica, por outro lado, é obrigatória para casais masculinos.
Nesse caso, a FIV pode ser feita com gestação compartilhada, em que os óvulos de uma das mulheres são coletados, fecundados com o sêmen de um doador anônimo e transferidos para o útero da parceira. Isso é feito após um processo de estimulação ovariana.
A gestação compartilhada é comum porque ambas as parceiras participam do processo de ter o filho, uma com o material biológico e a outra com a gestação.
A fecundação na fertilização in vitro, atualmente, é feita por injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), em que os espermatozoides são injetados, um a um, nos óvulos, mediante uma agulha fina e com o auxílio de um microscópio.
Normalmente, o tratamento começa no segundo dia de ovulação e em 5 etapas:
Somente a FIV permite a gestação compartilhada. Uma das mulheres cede os óvulos para fecundação e a outra passa pela gestação.
Também chamada de inseminação intrauterina (IIU), a inseminação artificial (IA) é um método de baixa complexidade, portanto mais simples que a FIV. Os espermatozoides previamente selecionados são inseridos diretamente no útero após a estimulação ovariana.
A diferença da estimulação ovariana na FIV e na IA é o protocolo de estimulação. Na FIV, a intenção é estimular a produção de um número elevado de gametas porque não é nesse momento que há risco de gestação gemelar. Já na IA, uma estimulação ovariana intensa aumenta diretamente as chances de gestação de mais de um filho, o que deve sempre ser evitado devido ao risco.
Na IA não é possível fazer a gestação compartilhada, uma vez que não há a retirada dos óvulos do corpo da mulher.
Da mesma forma que ocorre na FIV, a paciente recebe injeções hormonais para estimular o crescimento dos folículos e a ovulação, embora seja feita com menor intensidade. Todo o processo é feito no corpo da mulher.
Em vez da punção ovariana, na IA são depositados na cavidade uterina espermatozoides previamente selecionados de um doador. Esse material será escolhido em um banco de esperma ou na própria clínica de reprodução assistida.
A indicação da inseminação artificial depende da idade da mulher e das condições das tubas uterinas e útero. Dependendo do caso, só será possível realizar a FIV.
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