O termo barriga de aluguel é popularmente conhecido e se tornou, inclusive, novela no Brasil. ‘Alugar a barriga’ significa receber embriões para gerar uma criança que será criada por outras pessoas, procedimento realizado pela fertilização in vitro (FIV).
O recurso é importante para mulheres com problemas que impossibilitem a sustentação da gravidez ou que não possuam útero, assim como para casais homoafetivos masculinos que pretendem ter um filho biológico.
No entanto, não é qualquer mulher que pode ceder o útero, ela deve pertencer à família de um dos pais em parentesco consanguíneo até o quarto grau. Essa e outras regras são determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que orienta os tratamentos de reprodução assistida.
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Embora barriga aluguel tenha se tornado mais popular, no Brasil a relação comercial é proibida pelo CFM e a denominação correta é cessão temporária do útero ou útero de substituição.
Entre os problemas que podem motivar a procura pela técnica, complementar ao tratamento por FIV, estão as malformações uterinas, congênitas ou provocadas por algumas patologias femininas, incluindo miomas e endometriose. Além da ausência de útero e de doenças que possam provocar riscos de morte durante o processo gestacional.
A técnica também é a única forma de os casais homoafetivos masculinos terem filhos biológicos. As regras nacionais permitem que mães, tias, irmãs, filhas, sobrinhas e primas dos pacientes em tratamento cedam o útero.
Os pacientes, por outro lado, devem arcar com todos os custos, desde os exames iniciais, acompanhamento médico durante a gravidez e após, ao registro da criança.
Entenda como a barriga de aluguel funciona na FIV
Quando o problema é a dificuldade para sustentar a gestação ou a ausência de útero, ambas as mulheres são submetidas ao tratamento:
A mãe biológica recebe medicamentos hormonais semelhantes aos produzidos pelo organismo para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos (bolsas que armazenam os óvulos).
Assim, é possível obter mais óvulos para a fecundação, pois na gestação natural apenas um folículo a cada mês desenvolve, amadurece e rompe para liberar o óvulo.
O procedimento é conhecido como estimulação ovariana e indução da ovulação e a primeira etapa do tratamento por FIV: como a fecundação acorre em laboratório, uma quantidade maior de óvulos aumenta as chances de o processo ser bem-sucedido.
Quando os folículos estão maduros são coletados e os óvulos extraídos em laboratório.
O sêmen do parceiro também é coletado ao mesmo tempo que a estimulação ovariana é realizada e os espermatozoides capacitados por técnicas de preparo seminal, que possibilitam a seleção dos mais saudáveis para a fecundação.
Para a mulher que vai ceder o útero são solicitados diversos exames com o propósito de confirmar a saúde e capacidade de sustentar a gravidez. Após os resultados diagnósticos, também podem ser administrados medicamentos hormonais. Nesse caso, eles têm como propósito melhorar ou garantir maior receptividade endometrial.
No endométrio, camada que reveste internamente o útero, ocorre a nidação: processo em que o embrião implanta para se desenvolver. Se o endométrio não estiver receptivo, a implantação falha resultando em abortamento. Muitas falhas de implantação e abortamentos, reduzem as chances de gravidez.
Para confirmar o período mais receptivo ou janela de implantação, pode ainda ser realizado o teste ERA, que analisa as células do endométrio indicando com bastante precisão.
Nesse caso, óvulos e espermatozoides são congelados até que o resultado seja obtido, o que geralmente dura aproximadamente 15 dias.
No ciclo seguinte, depois de descongelados, são fecundados. Os embriões são então cultivados em laboratório e podem ser transferidos em duas etapas de desenvolvimento: entre o segundo e terceiro dia (clivagem ou D3) e entre o quinto e sexto dia (blastocisto ou D5).
A etapa mais adequada para cada paciente depende. A individualização do tratamento é fundamental. de acordo com as características do casal, transferimos em D3 ou D5.
A transferência é realizada na clínica de reprodução assistida e não necessita de anestesia. Os embriões são inseridos em um cateter e depositados no útero da mulher que vai gerar a criança.
Duas semanas depois a gravidez pode ser confirmada. Se não houver sucesso, o processo é novamente repetido no ciclo seguinte.
Nos casos em que a barriga de aluguel é utilizada por casais homoafetivos masculinos, é preciso contar com uma doadora de óvulos, que pode ser selecionada na clínica de reprodução assistida a partir das características biológicas do casal.
A FIV proporciona um controle de duas etapas importante para o sucesso gestacional, fecundação e cultivo embrionário. Além do teste ERA, outras técnicas complementares solucionam problemas que podem resultar em falhas.
Dessa forma, o tratamento registra taxas bastante expressivas de sucesso, em média 40% a cada ciclo. Os percentuais podem ser ainda mais altos quando tratamento é realizado por mulheres mais jovens.
Para conhecer mais detalhadamente o funcionamento da barriga de aluguel, leia mais sobre isso.
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