Todos os meses, estimulados pela ação de diferentes hormônios, vários folículos (bolsas que contêm os óvulos) são recrutados. No entanto, apenas um amadurece e rompe para ovular.
Nos tratamentos por FIV, técnica de reprodução assistida indicada para mulheres acima de 36 anos ou com problemas mais graves de fertilidade, os folículos precisam ser coletados, uma vez que a fecundação acontece em laboratório. O procedimento é chamado aspiração folicular ou punção folicular.
Leia o post a seguir e entenda como é realizada a aspiração folicular. Ele aborda, ao mesmo tempo, a FIV (fertilização in vitro) e as etapas do tratamento, além dos possíveis riscos associados ao procedimento.
A FIV é uma técnica de reprodução assistida considerada de alta complexidade, pois prevê a fecundação em laboratório, in vitro.
Foi desenvolvida na década de 1970 para solucionar problemas de infertilidade feminina provocados por obstruções nas tubas uterinas. Porém, atualmente, é o tratamento mais indicado quando há infertilidade por fatores mais graves, femininos e masculinos.
O tratamento é realizado em diferentes etapas, entre elas, a aspiração folicular. Veja abaixo o objetivo de cada uma:
Estimulação ovariana e indução da ovulação: é um procedimento realizado com medicamentos hormonais, para estimular o desenvolvimento de mais folículos e obter mais óvulos, aumentando as chances de fecundação. Quando eles atingem o tamanho ideal são induzidos ao amadurecimento final e à ovulação.
Aspiração folicular (punção folicular) e coleta do sêmen: enquanto os óvulos são coletados pela aspiração folicular, o sêmen é coletado geralmente por masturbação em recipientes próprios e os espermatozoides mais saudáveis, selecionados por técnicas de preparo seminal.
Fecundação: o processo de fecundação atualmente é realizado por FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Método em que os espermatozoides são injetados diretamente no óvulo por um aparelho de alta precisão chamado micromanipulador de gametas.
Cultivo embrionário: após serem formados, os embriões são cultivados em laboratório por alguns dias. O desenvolvimento deles é acompanhado diariamente por um especialista.
Transferência: a transferência dos embriões pode ocorrer em duas etapas de desenvolvimento: entre o segundo e terceiro dia, chamada D3 ou clivagem e entre o quinto e sexto dia, no blastocisto ou D5.
A aspiração folicular é realizada com o auxílio de um aparelho de ultrassom, com uma guia metálica formada por uma agulha extremamente fina e um disposto de sucção, acoplados a ele.
O aparelho é coberto com um gel condutor e por uma proteção de látex lubrificada. Para ser submetida ao procedimento, a paciente recebe uma veste especial e é posicionada em litotomia, a mesma posição dos exames ginecológicos de rotina.
A aspiração folicular geralmente érealizada na clínica de reprodução assistida, com a mulher apenas sob sedação ou com a utilização de anestesia local e tem duração de mais ou menos 30 minutos. Após a assepsia do local, a agulha é introduzida pela vagina até os ovários.
Atualmente, com a evolução dos métodos de imagem, em 3D e 4D, é possível observar com nitidez os folículos maduros, que são individualmente aspirados em cada ovário.
O procedimento finaliza com a retirada da agulha. A paciente fica em recuperação por cerca de duas horas e é liberada em seguida.
Os óvulos coletados podem ser utilizados a fresco no mesmo ciclo de tratamento, congelados para uso no seguinte, ou no futuro.
O congelamento de gametas e embriões é uma técnica complementar ao tratamento por FIV e também é importante para a preservação da fertilidade de pacientes que serão submetidas a tratamentos para o câncer, que podem alterar a qualidade dos óvulos ou mesmo para a preservar a fertilidade em antecipação ao declínio natural, opção para as mulheres que pretendem adiar os planos de gravidez.
A aspiração folicular atualmente é o principal método para a coleta de óvulos. A técnica foi descrita pela primeira vez no final dos anos 1980, e aperfeiçoada com a evolução da tecnologia de imagem. Atualmente, por exemplo, os índices de sangramento ovariano ou de ruptura de folículos não amadurecidos são praticamente inexpressivos.
A aspiração folicular é um procedimento seguro, que raramente registra ocorrências. Quando ocorrem complicações as mais comuns são hemorragia provocada pela por lesões na parede vaginal, infecção na região pélvica, sangramento ovariano e lesões em estruturas vizinhas.
O uso dos medicamentos hormonais usados na estimulação ovariana, também podem aumentar as chances para o desenvolvimento de uma condição conhecida como Síndrome da hiperestimulação ovariana, que surge motivada pela produção excessiva de hormônios pelos ovários.
A SHO, em estágios mais graves, pode provocar alterações metabólicas, ou ainda na coagulação sanguínea, resultando em eventos como a trombose venosa profunda (TVP), principalmente nas pernas, ou na perda da gravidez, entre outras.
A condição, entretanto, ao mesmo tempo que ocorre raramente, é transitória e facilmente tratada. Além disso, geralmente é evitada pelo controle clínico e laboratorial realizado durante a estimulação ovariana, da mesma forma que manifesta sintomas que alertam para o problema antes que ocorram complicações, como:
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