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5 sintomas de infertilidade feminina

5 sintomas de infertilidade feminina

Por Dra. Rosane Rodrigues 25/02/2021

A incapacidade de ter filhos afeta casais em todo o mundo, causando sofrimento emocional e psicológico em homens e mulheres. Embora os fatores femininos e masculinos contribuam igualmente para que o problema ocorra, os percentuais de infertilidade feminina registrados a cada ano permanecem estáveis, ou mesmo em crescimento em alguns países.

A infertilidade feminina pode ser motivada por diferentes fatores, incluindo o avanço da idade, os fisiológicos, genéticos, ambientais e sociais, resultando em transtornos emocionais como ansiedade e depressão, em sentimos de raiva, tristeza ou culpa, além de baixa autoestima.

É definida como a incapacidade de conceber após um período de relações sexuais desprotegidas e pela ocorrência de abortos repetidos: sinais que inicialmente alertam para o problema, uma vez que a ausência de sintomas é mais comum.

No entanto, de acordo com causa, alguns sintomas também podem manifestar, indicando a necessidade de procurar um especialista. O diagnóstico precoce é importante para aumentar a chances de sucesso do tratamento.

Continue a ler este texto e saiba quais são os cinco principais sintomas de infertilidade feminina, doenças e condições que provocam alterações na fertilidade e quando procurar um especialista.

5 sintomas que podem ser indício de infertilidade

Ainda que a infertilidade seja assintomática na maioria dos casos, alguns sintomas podem sugerir condições que alteram o funcionamento normal do aparelho reprodutor feminino. Veja os principais abaixo:

1. Irregularidades menstruais

Ciclos menstruais irregulares, normalmente mais longos, períodos menstruais com maior ou menor quantidade de fluxo, ou ausência de menstruação (amenorreia), são o sintoma mais comum e resultam em disfunção da ovulação, como falhas na ovulação.

2. Sangramento abundante e cólicas severas

Sangramento abundante com cólicas severas entre os períodos menstruais, é um sintoma que pode indicar a presença de miomas no interior da cavidade uterina. Embora sejam tumores não cancerosos, quando crescem nesse local, podem dificultar a implantação do embrião, levando a falhas e abortamento.

Cólicas menstruais mais intensas durante os períodos, dores repentinas ou intermitentes na região pélvica, por outro lado, podem indicar endometriose, doença que provoca diferentes alterações na fertilidade feminina.

3. Dor durante as relações sexuais

Dores durante as relações sexuais (dispareunia) também podem ser sinal de alguma anormalidade uterina, provocadas por miomas, endometriose ou ainda aderências resultantes de processo inflamatórios. A dispareunia também pode ser consequência do crescimento anormal do tecido característico da endometriose na vagina.

4. Alterações urinárias e intestinais

Alterações cíclicas no hábito urinário e intestinal como dificuldade para urinar acompanhada de dor, vontade frequente e urgente de urinar presença de sangue na urina, constipação, sangramento nas fezes, dor ou dificuldade ao evacuar, estão ainda entre os sintomas que podem indicar endometriose.

5. Alterações na imagem corporal

Alterações na imagem corporal surgem como consequência de distúrbios hormonais comuns à síndrome dos ovários policísticos (SOP), condição que afeta mulheres em idade fértil e altera os níveis dos hormônios sexuais femininos, resultando em problemas de ovulação ou na imagem corporal.

O crescimento de pelos em locais como a face, os seios ou costas, surgimento de acne, queda temporária de cabelo ou ganho repentino de peso estão entre os sintomas.

Da mesma forma que comprometem a qualidade de vida das mulheres, os sintomas podem indicar a possibilidade de infertilidade, no entanto eles não diagnosticam o problema. Ou seja, as chances de infertilidade são maiores se houver a manifestações isoladas ou em associação.

Quais doenças e condições podem aumentar o risco de infertilidade?

A infertilidade feminina geralmente é provocada por distúrbios de ovulação ou danos nos órgãos do sistema reprodutor: ovários, tubas uterinas, útero e colo do útero. Porém, o avanço da idade também interfere, pois a reserva ovariana naturalmente diminui com o envelhecimento.

Os distúrbios de ovulação, por exemplo, considerados a causa mais comum de infertilidade feminina, geralmente surgem como consequência de alterações hormonais, provocadas pela Síndrome dos ovários policísticos, por anormalidades no hipotálamo ou na hipófise, que alteram os níveis dos hormônios produzidos pelos ovários ou na tireoide, elevando ou diminuindo excessivamente a produção dos hormônios tireoidianos, igualmente importantes para manter em equilíbrio os níveis dos ovarianos.

Além disso, condições como obesidade ou perda excessiva de peso, doenças como o diabetes, ou ainda o uso de certos medicamentos e o estresse psicológico, contribuem para aumentar o risco de o problema ocorrer.

Obstruções e danos nas tubas uterinas são considerados a segunda causa mais frequente, e podem resultar de processos inflamatórios, como salpingite, inflamação das tubas uterinas, ou da doença inflamatório pélvica (DIP), que tendem a provocar a formação de aderências e, consequentemente obstruções.

A doença inflamatório pélvica também pode levar à inflamação do útero e ovários, dificultando, nesse caso, a fecundação e o desenvolvimento da gravidez.

Os bloqueios, ao mesmo tempo, podem ser causados pelo tecido endometrial ectópico característico da endometriose ou por cicatrizes consequentes de cirurgias.

Já as anormalidades uterinas, resultam de miomas uterinos, pólipos endometriais e endometriose, que dificultam ou inibem o desenvolvimento da gravidez e interferem na implantação do embrião. Também podem ser congênitas.

Algumas doenças genéticas e autoimunes, estão entre os fatores que aumentam o risco, assim como determinados hábitos, incluindo tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas, falta ou excesso de exercícios físicos.

Quando procurar um médico?

Atualmente, a infertilidade tem tratamento na maioria dos casos, incluindo as técnicas de reprodução assistida. As taxas de sucesso, entretanto, são mais expressivas, quando o problema é diagnosticado precocemente.

A ocorrência de abortos e observação dos sintomas, incluindo o intervalo de tentativas para engravidar, são os principais indicativos para procurar um médico.

Para ser diagnosticada como infértil, é preciso antes ter feito diferentes tentativas, durante períodos que variam de acordo com a idade. Mulheres com até 35 anos, são diagnosticadas após 12 meses de relações sexuais desprotegidas sem sucesso. Por possuírem uma boa reserva ovariana, as chances de gravidez são de 20% ao mês, por isso o intervalo é maior.

No entanto, com a diminuição da reserva ovariana, os percentuais também são menores, assim, mulheres acima de 36 anos, devem considerar um intervalo de apenas seis meses, que progressivamente diminui à medida que idade avança: para mulheres acima de 40 anos, por exemplo, deve ser de apenas 3 meses.

Quando não há sucesso na gravidez durante o período sugerido, se dois ou mais sintomas manifestarem por mais de três meses, ou se ocorrerem mais de dois abortos consecutivos, as chances de infertilidades são bastantes expressivas.

Por isso, é importante procurar um especialista, para que o problema seja diagnosticado e o tratamento definido de forma individualizada, de acordo com cada caso.

Entenda tudo sobre infertilidade feminina tocando aqui.

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